1º Ten R/2 de Infantaria Bragança, Advogado.

Bragança - Aluno CPOR/R em 1983; Advogado em 2011Esta semana o Brasil se comoveu com o doloroso drama de um ex-mecânico que fora preso em Recife em 1976, por engano, e levou 35 anos para ver definitivamente reconhecida a sua inocência. Preso por possuir o mesmo nome de um assassino, Marcos Mariano da Silva passou 19 anos na cadeia, ficou cego, tuberculoso, além de ter sido abandonado pela primeira esposa e os filhos. Após uma batalha judicial que se arrastou por 13 anos, o STJ reconhece, por unanimidade, o que foi 'o maior atentado à dignidade humana neste país', e condena o Governo do Estado de Pernambuco a pagar ao Sr Mariano uma indenização por danos morais e materiais de cerca de 2 milhões de reais.

Nessa terça-feira (22Nov11), ao saber finalmente que conseguiu provar à 'justiça dos homens' ser um cidadão de bem e honesto, aos 63 anos o ex-mecânico deita-se e 'descansa' em paz. O advogado afirma que ligou para seu cliente por volta das 15h e deu-lhe a notícia da vitória no tribunal superior, e que ele receberia finalmente o restante da indenização. Em torno das 16h Marcos Mariano, que aparentava bem, foi tirar o cochilo habitual e não acordou mais. Morre dormindo, acometido por um infarto.

O advogado do caso é José Afonso Bragança Borges, ou, como tem orgulho de ser chamado, Tenente R/2 Bragança. Emocionado, Bragança afirma que é como se seu cliente e já amigo tivesse apenas esperado todo o ciclo do reconhecimento da sua integridade se fechar para morrer.

Tenente Bragança é Oficial da Reserva do Exército Brasileiro, com uma passagem exemplar pela Força. Como Tenente de Infantaria, ex-aluno do CPOR do Recife da Turma de 1983, serviu na 2ª Companhia de Guardas e no 14º Batalhão de Infantaria Motorizado, dedicando cerca de 9 anos de sua vida ao Exército e à nação. Ao ser licenciado por término de tempo de serviço, já formado em Direito, passou por momentos muito difíceis no início da sua carreira profissional civil para conseguir uma colocação no mercado de trabalho. Hoje, o Dr Bragança é um conceituado advogado atuante em um renomadíssimo escritório na capital pernambucana. Com a persistência e perseverância que herdou da sua vivência militar, da qual muito se orgulha, venceu aquela batalha no início da carreira e hoje engrandece e dignifica o exercício da advocacia, uma profissão tão manchada e envergonhada por tantos maus profissionais.

Com a causa do Sr Mariano, uma causa de manifesto valor social e humano, Bragança dá mostras de um profissional sério, pautado nos mais caros valores que adquiriu na caserna. Com sua atuação ilibada na vida civil, O Ten R/2 Braçança é hoje um exemplo não só a seus irmãos de farda, mas a toda a sociedade. Ao persistir num caso que à época não teve crédito por outros profissionais, e ao se emocionar relatando o drama percorrido por aquele inocente injustiçado e a sua batalha como advogado para, de alguma forma, amenizar a dor de uma vida aniquilada por uma falha do Poder Público, Bragança deu uma grande contribuição ao ideal de um Brasil mais justo e solidário e de um mundo cada vez melhor.

José Afonso Bragança Borges é 1º Tenente R/2, e além de Advogado é Diretor da Associação dos Oficiais da Reserva (R/2) do Exército Brasileiro - Regional Recife, onde trabalha gratuita e voluntariamente pela valorização e projeção de seus pares.

Confira reportagem sobre o caso no telejornal local: http://g1.globo.com/videos/pernambuco/netv-1edicao/t/edicoes/v/ex-mecanico-preso-por-engano-por-19-anos-morre-de-infarto/1706114/

Rogério Vasconcelos Jr
Diretor Secretário e de Divulgação
AORE/Recife

Última atualização (Qui, 24 de Novembro de 2011 04:21)